quarta-feira, 30 de setembro de 2009

ENSAIO PURO

Abrimos aqui no nosso blog mais uma sessão para registrar as atividades do tempo contemporâneo, retratando a realidade por quem corre atrás de cultura como a valorização pessoal e social.

Colamos no Centro de Referência Afro onde a crew de Dança de Rua a Original Kizomba Crew realiza seus ensaios e reuniões, todas as sextas-feiras das 19:00 h às 21:00 h representando a cidade a cada passo, movimento e atitude.



















ORIGINAL KIZOMBA CREW

FESTA DE COSME & DAMIÃO






















No dia 27 de Setembro estivemos no evento promovido pelo grande guerreiro e amigo Ziza do programa Mistura Fina (Rádio Brasil Fm 104,9 das 19:10h ás 21:10h todos os sábados). Das tradições antigas promovidas nas periferias a festa rolou num domingão lindo e quente em frente ao estádia da Arena da Fonte na Vila AFE... Muito loka a presença de todos! FORÇA ZIZA estamos lado a lado.

PARA ALÉM DO CÉU SUJO DE FULIGEM por Adriana Novais (Militante do MTST-Movimento dos Trabalhadores Sem Teto de Araraquara)

Chegou o tempo de colher, outra vez o velho e cansado sertão não germinou as sementes que alimentam seus filhos. A lavoura secou, o feijão não deu, os braços fortes que lavrou a terra, não recebeu a bonança da chuva.
Não é a primeira nem será a última, a viajem esta marcada, meus pais, os pais dos meus pais, meus filhos também a fizeram.Os podões que remam nos rios de canaviais, se sustentam pelos braços daqueles não puderam sustentar os filhos ao nascerem, tampouco podem se estar envoltos nos braços da companheira que ficou.Ficou com a missão de ensinar aos filhos as primeiras lições que lhes pede a vida, e saciarem suas fomes.
Seis meses, um ano, e o tempo segue seu curso onde tudo cresce, de quem espera, cresce a barriga, velada por um olhar perdido, doce e triste, nos momentos em que a fome e o choro desvanecem na esperança de outro dia, talvez melhor. Cresce a esperança de voltar pra casa e encontrar um céu nublado prometendo boa colheita. Enquanto sob o céu turvo pela fuligem que escorre com o suor, é clareado por uma lembrança há tempos perdida na fadiga do dia.
Os braços que içam o podão de maneira ininterrupta, alimentam o filho do patrão, constroem a usina, aumenta exportação, faz crescer a economia e juntamente com ela crescem os filhos, desconhecidos, cheios de fome.
Esses braços que constroem o mundo devem saber que são homens, e como tais devem tomá-lo para si.

IDÉIA FIXA - MINI-CONTO* por Rodrigo Ciríaco

Era mais do que obsessão. Era loucura. Pensava, pensava e pensava. Passando batom, tomando banho. Até na hora do sexo. A voz estridente não a abandonava.

Já subia pelas paredes de seu pequeno apartamento. Pela rua, andava em círculos. No trabalho, sozinha, conversava. As pessoas comentavam pelos cantos. Alguns amigos passaram a não retornar suas ligações. O namorado há cinco dias não comparecia. Decidiu procurar um médico.

Atencioso, ouviu tudo sem dizer uma palavra. Prescreveu um tarja-preta. Ela esbravejou. Queria ser examinada. Não suportava mais aquela idéia fixa na cabeça. O doutor decidiu não contrariá-la. Examinou os olhos, auscultou o peito. Olhou dentro do ouvido. Não acreditou. Olhou de novo. Pegou uma pinça, enfiou com cuidado e puxou. A varejeira ainda estava viva.

*texto publicado em MOSCAS (antologia de mini-contos), org. Marcelino Freire, Edições Dulcinéia Catadora, novembro de 2007.

EU por Dejanira B. Moysés

Quando criança sempre me perguntaram o que eu queria ser quando crescesse???
Na época não encontrava resposta.
Se me perguntarem isso hoje respondo...
Quero ser o que sou, negra, batalhadora, trabalhadora, estudante, professora, mãe, amante...
Me sinto importante.
Conquisto a minha liberdade lutando contra a desigualdade.
Santa ou pecadora, ingênua ou sedutora;
Afinal cresci e sou mulher.

ELES QUEREM É GANHAR por Mauro Moysés

O paciente vai ao médico
No clinico do postinho
Te encaminha para um especialista
Demora mais um pouquinho
Para ser atendido sem dia definido

Vem o resultado
Os remédios são caríssimos
Dependendo o caso
É internado urgentíssimo

No hospital o tratamento é esquisito
De noite não encontram médico residente
Auxiliares de enfermagem desprevenidas
O local parece um hospício

De repente você tem alta
Vem pra casa ainda deprimido
Passado alguns dias
Começa novamente o mesmo ciclo

Hospital é comércio
Eles querem é ganhar
Que se dane o paciente
O importante é faturar

Carlos Latuff


DESABAFO por Luis Alberto Mendes

Escrevo sempre aquilo que deveria falar. Como um vulto, sigo desconhecido e irremediável. Nada me assusta, nem de repente. Tudo me parece feito para ser consumido e eu, estabanado como uma mãe aflita, espero. Espero como se estivesse esperando a vida, de banho tomado, para sair.
Tudo o que me ajudou a sobreviver foi indispensável. Sempre foi difícil traçar parâmetros do que seria indispensável e o que é supérfluo. Mesmo porque ter o que é dispensável me parece fundamental para uma existência para além da sobrevivência.
Nunca pude andar sobre as águas, mesmo porque nunca acreditei muito em quase nada. Nadei na terra sob a luz do sol a me derreter. Quis amar no prazo, mas sempre estive atrasado e nunca foi minha hora ou minha vez. Às vezes até gosto de minha imperfeição. Sei que desagrado, que sou injusto, que magôo e firo. Esse tem sido meu recheio, apesar de.
Reverencio o que é diferente, que arrisca, mesmo que doa ou mate. Morrer para mim não será algo assim tão surpreendente. Já morri de mil mortes estando vivo. A vida não foi assim tão boa para que eu lamente tanto morrer. Vivi a premência da morte por quase toda vida. Meus amigos e inimigos foram todos morrendo quase que rotineiramente. Raros foram os que sobreviveram ao desastre social que nos tornamos.
Já me entreguei à morte algumas vezes, pensando não haver mais saídas. É doce desistir, fechar os olhos e descansar. Não sei se por sorte, coisas aconteceram e sobrevivi. Não temo a morte. Temo sim a dor que me causará a morte. Mas dor é algo que já tenho intimidade e sei lidar, então acho que estou pronto, se for agora.
Caminhei sobre bases insólidas, meio perdido, sem nunca me achar. Embaixo da pele enxergo-me, mas não sei ver direito o que. Viver não aplaca minha sede, apenas aumenta minha voracidade. Quando longe, mais longe preciso ir. Morrer talvez seja a fronteira final.
Não, eu não temo o que possam me acontecer. A vida depois da morte não pode ser pior do que foi para mim a vida durante a vida. Ameaças jamais me intimidaram, antes causaram revolta e despertaram a fúria adormecida. Em minha audácia, vivo em grande intimidade com meus erros, sabendo que deles morrerei.

DE FRENTE PROS MUROS DO MUNDO AVANTE por Maurício (Mentes Urbanas DCI)

São seis e dezessete da manhã, é hora de acordar e agradecer e caminhar pra mais uma nova jornada do nosso destino. Rumo aos nossos objetivos contínuos que nos fazem pensar e pensar por todos os outros dias que vivemos, amanha será? Quem sabe? Pegar o busão não é fácil, sempre lotado e lotado, povo mal educado e preocupados, muitos cheios de incertezas, mas a única certeza é que iremos encontras várias barreiras nesse dia. Procurar um ponto pra se encontrar com os pensamentos na calma do momento que se necessita. Na ponte da Barroso o meu encontro semanal olhando pro horizonte cotidiano no espaço contemporâneo, inicio das conquistas as criticas , algumas construtivas positivas e muitas mais que negativas destrutivas... Ah, mas são essas criticas que nos motivam pra provar não pros outros, mas pra nós mesmos que respeito e competência estão lado a lado, não encare as suas obras como pequenos vermes que se infiltrarão no sistema rotineiro e sim como monstros gigantes tipo Godizilas, sempre com os pés no chão e a humildade nas comunicações ao se expressar, apresentar e olhar nos olhos de outras pessoas... Já são 14:26, parar pra abastecer a fome, um prato feito num restaurante popular encontrar os conhecidos e dialogar, parece que a vida alimenta os sonhos e caminhos de todos os seres humanos que por aqui estão, olhos apreensivos apressados nessa tarde fria e nublada.
Enfim nada se define, sempre que alguém lhe encontra pergunta se aquilo que você faz não existe mais, na verdade esses são os menos preocupados com a sua evolução porque não te acompanham de verdade, embalistas. Vamos que vamos que a correria não terminou, se informar bastante é a essência das atitudes e virtudes postadas em práticas em primeiro lugar. Se for aquilo que você acredita deposita e faça um investimento, se o capitalismo está ai use as mesmas táticas que ele, mas sem se deixe levar pela fantasia da sociedade de consumo, não se venda, não se corrompa. ATIDUDE tenha ATITUDE. Já entregue os projetos pro mundo retornar ao submundo e preparar um novo conteúdo...
Vinte três e trinta encontro o lar, a família, o alimento que nos motiva pra começar um novo dia.

CHORO DAS ÁGUAS por Adilson Monteiro (Cabo Verde)

choro das águas
nas pedras caladas da nascente
que deságua na gente
que veio de longe...
Choro das águas
que lava a alma da gente
no longo amanhecer
do sol radiante...
Choro das águas
que abençoa as crianças
inocentesdo abismo da doutrina
dos deuseschoro das águas
que não pára de chorar
nas pedras negrassem
razão da melancolia.. ...

UM SONHO DE ESPERANÇA - 6° Sarau Canários

Pra quem planta a semente de um mundo melhor, a árvore está crescendo e nós estamos colhendo os frutos "SARAU CANÁRIOS"!!!


Canário do Reino
Tim Maia


Não precisa de dinheiro
Pra se ouvir meu canto
Eu sou canário do reino
E canto em qualquer lugar
Em qualquer rua de qualquer cidade
Em qualquer praça de qualquer pais
Levo o meu canto puro e verdadeiro
Eu quero que o mundo inteiro
Se sinta feliz
Cau ê, cau á
Não precisa de dinheiro pra me ouvir cantar
Cau ê, cau á
Sou canário do reino, canto em qualquer lugar.

Mística

Maria Clara (MTST)


Marcos Novaes (Comunidade dos Excluídos)

Adriana (MTST)


Mauro Moysés

Deivison (MTST)


Adriano


Atenção...


Naiara (Comunidade dos Excluídos)


Experiência - Fátima e Béte


Vivenciando - Alan e Felipi


A ruptura - Igor


SALVE AMÉRICA LATINA!!!

Tecnologia, porque não?



A massa...


Gigi e Dé (Família)

Ciranda...


A conexão da Cultura - Do sarau ao...

fino do fino, nostalgia Mistura Fina (Ziza)


B.Boy's e B.Girl em ação...

Original Kizomba Crew e Mentes Urbanas DCI o Hip-Hop VIVO mantendo as raízes do início do começo...

Luistão