sexta-feira, 23 de novembro de 2012

INFORMATIVO: GUERRILHA DCI ANO v nº I NOVEMBRO DE 2012 – “FALANDO PRO MUNDO”

ARTE É MANIFESTO!


Arte/colagens por MC Maurício

Haiti, mãe da liberdade da America! por Ismane Desrosiers (Haiti)


          O problema do Haiti é um problema crônico! O país conheceu duas colonizações: Espanhola (1492-1625) e Francesa (1625-1804). De 1791 a 1804  o Haiti fez uma revolução única e sem igual em toda história da humanidade com uma palavra chave ''liberdade ou a morte'' essa revolução é única porque  era uma revolução contra a ordem mundial naquela época que era a colonização, escravidão e o racismo na America inteira. A última batalha pela independência foi realizada em 18 novembro 1803 sobre a liderança de Jean Jacques Dessalines Le grand aquele que ganhou a maior batalha diante os francês  E o dia primeiro de janeiro 1804 o país tornou primeiro país negro independente no mundo e segundo atrás dos Estados Unidos na America. 
Então, 1804, é a vitória da coragem, à vontade, a cegueira, de heroísmo do povo haitiano contra o cálculo de oportunismo econômico e político dos franceses.  Vamos ver a revolução haitiana criou o caminho pela libertação total de todos os países da America sob o jugo da colonização, escravidão dos países europeus.
Desde então, o país tornou um inimigo por todas grandes potências coloniais para ter feito uma ruptura com esta ordem mundial até no inicio do século XIX, o Haiti sofreu uma ocupação dos Estados Unidos durante 19 anos (1915-1934) e isso continuo até hoje sobre outra forma. Por exemplo, o que aconteceu 2004? Tinha um presidente no poder no Haiti que se chama Jean Bertrand Aristide ele  pediu à França a restituição de uma multa que um presidente pagou pela independência que é uma vergonha quando agente sabe que o Haiti conseguiu a independência no sangue e no fogo. Ou seja, ao preço do sangue então não da pra pagar, mas esse idiota Jean Pierre Boyer em 1825 pagou a multa. Por causa disso (restituição) a França, Estados Unidos e Canadá organizaram um golpe militar mais moderna contra o presidente e mandou ele na África do Sul na seqüência veio à ocupação do país por as nações unidas numa comissão que se chama MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para Estabilidade no Haiti) que tem o Brasil na liderança desde 2004 que é uma falta porque não tinha guerra e essa missão está piorando a situação do povo haitiano porque tem uma doença (cólera) que veio de um país na Ásia '' Nepal'' que já matou  milhares de haitianos inclusive crianças e muitos casos de estupros foram repetidos sobre os meninos e meninas!
No Haiti têm problemas sociais então, agente não precisa um exerço! As imagens que você viu na TV é uma maneira para justificar a manutenção  a presença dessa missão no Haiti porque tem interesse geopolítico e econômico ao detrimento do povo haitiano que é um povo lutador, corajoso.

Sobre os bons policiais por Mandi


                           “E quem pacifica a polícia?” - dizia um cartaz que li dia desses. Não sei. Não sei, pois não há diálogo entre quem porta uma arma versus quem tem somente a própria boca (ou a maioria das bocas do mundo!).
                        Também me pergunto, como uma das músicas da Frente 3 de Fevereiro, “quem policia a polícia?”. Mas dessa, eu sei a resposta: todas e todos nós. E, se considerarmos que o mundo se divide entre dominante versus dominado; oprimido versus opressor; quem manda versus quem obedece; quem tem dinheiro versus quem não tem... Podemos dizer que há duas versões sobre a atuação policial. Em qual você acredita?
                        Em nenhum momento que a Globo, a revista Veja (a mesma coisa, né?!) ou Estado defendem a polícia, o estão fazendo sem algum interesse. Para a grande mídia (que são empresas), para as grandes empresas (que patrocinam a grande mídia), para o Estado (que facilita a vida de grandes empresas) e para empresários (que mandam no Estado), é fundamental fazer com que todo mundo acredite que o policial é o herói, o mocinho que nos salva de todo mau, o que não é mentira. Para eles. Os dominantes. Para os que têm dinheiro e propriedades a serem defendidas (e vendidas e compradas e leiloadas).
                        Já diria Facção Central: Isso aqui é uma guerra. E, além disso, também nos diria que na guerra, o mais inocente é o favelado de fuzil russo. Isso porque, enquanto eu escrevo esse texto (e você lê!), milhares de moleques pegam em seus primeiros revolveres, enquanto ninguém vê. Enquanto ninguém quer saber se o moleque já comeu, mas se a lei permite que ele seja preso. Enquanto tudo que importa, é ver o bom policial expulsando mais uma família sem teto (que é a família do menino...) dum predio qualquer. A polícia que eu conheço defende a propriedade, não o ser humano.
                        A polícia que eu vejo é a que está em guerra, todo dia, contra o povo pobre dos bairros não nobres e periferias. A polícia que eu conheço é a vilã. Que enquadra todo pobre que ousa pensar que é livre para andar nas ruas. A polícia que conheço tem o “suspeito padrão”, o ser humano que será perseguido desde que nasceu. A polícia que conheço é racista.
                        De onde venho, a polícia me faz engolir bandeira e faixa, se resolvo agir, me manifestar ou fazer parte de movimento social. A polícia bate em 100, 200, 500, se resolvemos abrir a boca, se cansamos dos enquadros, do racismo... Da fome, da falta de emprego, da falta de perspectiva, da falta de casa pra morar. A polícia que conheço taca bomba de gás e bala de borracha em manifestante que, na falta de tudo, tem esperança de sobra. A polícia que conheço não é povo.
                        Se a televisão me diz que a polícia protegeu a esposa do empresário de ser assaltada, eu digo pra televisão (eu falo sozinha), que nos bairros escuros, aqui de baixo, o policial estupra a mulher, estupra a menina. Elas não são nem a esposa nem a filha do empresário. Aqui em baixo a polícia é o demônio, personagem central nesse inferno.
                        Até quando fecharemos nossos olhos? Até quando o inimigo nos convencerá?

Fora polícia! Dos bairros, favelas, escolas e vidas!

(Texto dedicado a todas as pessoas mortas pela polícia – que são muitas! - em especial às dos últimos dias, em que a chacina pulsa diante de nossos olhos)

O que será desse país? por Hugo Miura Akashadiipa (Campinas-SP)


O que será desse país?
que aprisiona crianças dentro das escolas
muitas vezes sem professor
7 salas de aula sem ninguém pra lecionar na parte de manhã
aula vaga a cada duas horas
quem é que quer ficar numa dessas escolas?
E quem move uma palha pra fazer algo contra isso?
Contra essa condição precária
do aluno e do professor
que será desse país?

*

Enquanto isso
alguns letrados em sua torre de marfim na academia
hipnotizados pela letargia
se perdem no meio de palavras e verborragia
teorias vazias
com o poder de encher a mente
e esvaziar o coração
esquecem assim que tão no meio de uma guerra e dentro de uma prisão

*

Que será desse país?
Ladrões de colarinho e carro importado
espalhados pelas câmaras e bancadas urbanas e ruralistas
seu trabalho é tramar mais uma empreitada
que vai deixar milhões de pais de família desempregados
sem terra pra plantar
mulheres em sua jornada tripla trabalhando noite e dia
pra bancar o pão amanhecido
criança na rua
sem acesso à cultura,
nem sabe mais o que é brincar porque trabalha feito escravo
nem referência pra crescer e se desenvolver de forma saudável
jovens e velhos caducam dentro de suas casas
entrando no mundo da televisão e da virtualidade
adotando o discurso da grande mídia
mantendo preconceitos medievais que só servem pra manter a situação

*

Tá na hora de acordar
que a casa tá pegando fogo
olhos abertos
percepção aguçada
planeta Terra chamando
clamando por libertação
de mentes, de sonhos e da imaginação
do mundo que queremos
palavra-ação desse sonho sendo feito no presente
suor e resistência,
trabalho e rebeldia,
amor e dignidade
são algumas de nossas armas nessa luta.

Guerrilha DCI (in)dica:

Livro:

Te pego lá fora (Edições Toró, 2006) do poeta e professor Rodrigo Ciríaco



Filme:

As tartarugas também voam (Drama - Irá, 2004) com direção de Bahman Ghobadi




Música:

Tarja Preta “Álbum Duplo” (Só Balanço, 2004) do rapper G.O.G.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Relembrar não é somente viver...

Relembrar não é somente viver, mas sim necessário para que as marcas do passado fiquem na memória ou transitem de forma errada por meios que não condiz com a verdade... A um dia de se "comemorar" a consciência do negro no Brasil é necessário analisar com atenção todos os dias e si e não um em espacial, amanhã simboliza a morte de um símbolo para toda uma geração, Zumbi do Quilombo de Palmares na Serra da Barriga hoje União de Palmares no estado de Alagoas, mas se faz necessário viver 1695 a todo instante e muitos antes, pois os capitães do mato estão soltos por aê, muitos Domingos Jorge Velho estão incorporados na sociedade contemporânea e agem como corruptos mercenários fardados ou engravatados...
Reflita e procure agir, questione, interrogue o papel e a influencia que a mídia faz na contextualização histórica do negro no Brasil em elementos que passam por despercebidos no cotidiano, assim como em jornais, revistas, sites e na programação da TV, enraíza-se assim a busca por uma identidade em que muitos de nós ainda não sabemos quem somos e quais são as nossas origens. O nosso ser vale muito mais do que a cor de nossa pele.

Abaixo cenas do filme “Amistad” (1997) com narrativa do poema “Navio negreiro” (1868) de Castro Alves, na voz de Paulo Autran.